Ex-comandante do Exército, Freire Gomes, será ouvido hoje pela PF e pode esclarecer papel de Bolsonaro na tentativa do golpe
A Polícia Federal ouve, nesta sexta-feira, dia 1° de março, o depoimento do ex-comandante do Exército, Freire Gomes, que foi o último general a chefiar a instituição na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o general Freire Gomes participou das conversas sobre a minuta do golpe com o então presidente Jair Bolsonaro, mas se recusou a aderir a qualquer aventura golpista, irritando os militares aliados de Bolsonaro, como o general Braga Netto.
O depoimento de Freire Gomes pode fazer avançar as investigações que buscam identificar como o ex-presidente Bolsonaro atuou dentro do Palácio da Alvorada no que diz respeito a minuta do golpe. O general também deve esclarecer dúvidas da PF em relação aos acampamentos em frente aos quartéis, principalmente em Brasília, quando o Exército permitiu por vários dias as articulações golpistas dos bolsonaristas.
Outro ponto a ser questionado do general Freire Gomes é a declaração do também general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, que afirmou em depoimento à Polícia Federal que se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 9 de dezembro de 2022, a pedido do ex-comandante do Exército. Estevam, na época à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter), seria o responsável por acionar militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, para garantir a concretização do golpe, caso isso fosse decidido.
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