PF acusa três diretores no INSS de embolsar milhões para manter fraudes iniciadas em 2019. “Careca do INSS” enviou R$ 9,3 milhões para pessoas relacionadas a servidores do órgão

  • 30/04/2025

As investigações da Polícia Federal indicam que dois diretores e o procurador-geral do INSS receberam milhões de reais para manter as fraudes que vitimaram aposentados e pensionistas.

A Polícia Federal afirmou à Justiça que a cúpula do INSS, presidida por Alessandro Stefanutto, tomou medidas práticas para garantir a manutenção dos desvios e, em troca, segundo a PF, recebeu propina do esquema criminoso. Com base no relatório, Stefanutto e cinco servidores foram afastados na semana passada.
O relatório aponta que os descontos irregulares dos aposentados começaram em 2019. Segundo os investigadores, três dirigentes afastados estão envolvidos diretamente na aprovação dos descontos sem o consentimento dos aposentados: o então procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira Filho; o ex-diretor de Benefícios, André Paulo Fidelis; e o ex-diretor de Governança, Alexandre Guimarães. Juntos, eles teriam recebido pelo menos R$ 17 milhões do esquema desde 2022 até 2024.


A Polícia Federal (PF) aponta ainda que Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, transferiu R$ 9,3 milhões para pessoas relacionadas a servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) entre 2023 e 2024.
Antunes é o lobista apontado pela PF como “facilitador” do caso. A PF afirma que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
A investigação aponta que empresas de Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa do procurador-geral do INSS afastado, Virgílio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho, recebeu R$ 7,5 milhões de Antunes.