Depoimento de ex-comandante da Aeronáutica no STF agrava ainda mais a situação de Jair Bolsonaro e do almirante Almir Garnier

  • 22/05/2025

O depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, prestado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agravou ainda mais a situação de Jair Bolsonaro (PL) e do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. Com uma fala firme e estruturada, Baptista Junior detalhou, durante uma audiência de uma hora e vinte minutos, realizada na quarta-feira, dia 21 de maio, que participou de reuniões no Palácio da Alvorada em que Bolsonaro discutiu a aplicação de medidas de exceção baseadas em uma minuta golpista. Segundo o militar, o plano não foi adiante porque não houve “participação unânime das Forças Armadas”. Ele também afirmou que o então comandante do Exército, general Freire Gomes, reagiu com veemência ao plano, a ponto de ameaçar Bolsonaro com prisão.

Baptista Junior foi direto e não demonstrou qualquer hesitação, diferentemente do comportamento de Freire Gomes. “Ele é bem articulado e prestou um depoimento que vai fazer muita gente sofrer. Foi o mais incisivo de todos, seguindo uma lógica, com começo, meio e fim. (…) Baptista Junior colocou o Freire Gomes (que tentou suavizar o papel de Garnier na trama golpista, até ser enquadrado por Moraes) numa situação quase de acareação”, destacou um advogado de um dos alvos da acusação, ouvido pelo jornal O Globo.

O ex-comandante da Aeronáutica Baptista Junior, foi categórico ao afirmar que Garnier havia se comprometido com Bolsonaro. “Eu não fiquei sabendo à toa que a Marinha tem 14 mil fuzileiros”, declarou, numa referência direta à disposição das tropas navais para sustentar o plano golpista.