Bolsonaro “afina” discurso diante Moraes, pede desculpas, nega tentativa de golpe e chama manifestantes que pediam intervenção militar de “malucos”
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o sexto réu a ser ouvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos depoimentos dos réus do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado. Após ser confrontado sobre declarações feitas por ele, nas quais acusava ministros do STF de envolvimento em supostos esquemas de corrupção ligados ao processo eleitoral, Bolsonaro recuou e pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes. Disse não ter qualquer prova das acusações e classificou a fala como um “desabafo” feito em uma reunião privada.
Bolsonaro negou ter participado de qualquer tentativa de golpe de Estado ou de plano para prender autoridades, mas admitiu que discutiu com auxiliares e comandantes militares alternativas para tentar reverter o resultado das eleições de 2022, vencidas por Lula (PT).
O ex-presidente também negou que tenha alterado, escrito ou colocado no computador uma “minuta” de teor golpista, como disse em depoimento o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Jair Bolsonaro ainda declarou que não incentivou os acampamentos golpistas em frente das unidades militares pelo País após ser derrotado nas urnas. Ele classificou os manifestantes como “malucos” ao pedirem um novo AI-5, uma intervenção militar no país. “Os chefes das Forças Armadas jamais iam embarcar nessa só porque o pessoal estava pedindo ali”, afirmou.
