Ações recentes de Bolsonaro assustam aliados e sugerem dúvidas sobre futuro do governo
As recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro contra governadores do Nordeste, insultando a memória do presidente nacional da OAB e agredindo verbalmente jornalistas, quando questionado sobre assuntos que o desagradam, revelam uma postura que vem assustando até aliados e assessores próximos.
As reações vêm de todos os lados. A avaliação do núcleo militar e de integrantes da base do governo no Congresso é a de que, principalmente nos últimos dias, Bolsonaro voltou a ser estimulado a ir para o confronto e a dar vazão ao que é classificado como pauta secundária. O problema é a perda de foco dos problemas econômicos que o País vive.
Opositores levantam a bandeira do impeachment ou até de uma interdição do Presidente. No entanto, é a elite econômica que avalizou a eleição de Bolsonaro que vai decidir até quando irá suportar os destemperos e defesas estapafúrdias de Bolsonaro.
O jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, avalia que o presidente Jair Bolsonaro vive um “processo alucinatório” e coloca a democracia brasileira em risco.
“É porque é um processo tão alucinatório. Ele prejudica a si próprio a cada declaração. Lógico que beira o problema do decoro, mas é uma afronta tamanha à dignidade humana o que ele falou sobre o presidente da OAB”.