Ações do Planalto na PF e Receita Federal geram clima de reação negativa nos dois órgãos
A tentativa do presidente Jair Bolsonaro de interferir na indicação do Superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro causou reação na corporação. Além da PF, a Receita Federal também vive um clima de instabilidade por causa das ações do Planalto.
De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, na Polícia Federal, delegados da cúpula estão insatisfeitos com a interferência de Bolsonaro. Um pedido de demissão coletiva não estaria descartado, caso Bolsonaro insista na investida. Bolsonaro tenta tirar a autonomia da direção geral da instituição ao dizer quem deve ser o novo superintendente da PF do Rio de Janeiro. O presidente assegurou ser “ele quem manda”.
Na Receita Federal, seis subsecretários do órgão ameaçam entregar seus cargos, possivelmente em efeito cascata, junto a outros chefes da alta administração, segundo reportagem do Estado de São Paulo. O motivo: ameaça de interferência de Bolsonaro, que quer fazer indicações políticas no Rio de Janeiro e em outros postos-chave.
A investigação sobre a natureza dos supostos elos entre milícias do Rio de Janeiro e a família do presidente Jair Bolsonaro, o chamado caso Queiroz, teve papel de destaque no surpreendente anúncio de demissão do superintendente da Polícia Federal no estado, delegado Ricardo Saadi.