Mensagens vazadas revelam que Lava Jato usou provas ilícitas para pressionar futuros delatores
A cada divulgação de vazamentos de mensagens entre procuradores da Lava Jato, fica mais claro que os métodos de investigação utilizados pela operação fogem da ordem legal e estão sujeitos a anulação pelo STF. Em novo trabalho de parceria do site The Intercept Brasil com o UOL, divulgado nesta sexta-feira, dia 27 de setembro, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba aparece utilizando sistematicamente contatos informais com autoridades da Suíça e Mônaco para obter provas ilícitas com o objetivo de prender alvos considerados prioritários.
Eles eram encarcerados preventivamente e, muitos deles, vieram a se tornar delatores. Menções a esse tipo de prática ilegal foram encontradas com frequência em conversas entre 2015 e 2017.
Mesmo alertados sobre a violação das regras, os procuradores da força-tarefa tiveram acesso a provas ilegais sobre vários dos mais importantes delatores da Odebrecht, como os então diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque; o então presidente da Transpetro, Sérgio Machado, além de executivos da Odebrecht.
Em uma das mensagens, o chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, chegou a escrever a colegas procuradores: “Caros, sigilo total, mesmo internamente. Não comentem nem aqui dentro: Suíços vêm para cá semana que vem”.