Sérgio Moro deixa o Ministério da Justiça e agrava crise no Governo Bolsonaro
Nomeado como “superministro”, o ex-juiz Sérgio Moro não suportou os últimos atos do Governo Bolsonaro. Resolveu pedir demissão do Ministério da Justiça, nesta sexta-feira, dia 24 de abril, e jogou mais combustível na crise enfrentada pelo presidente Jair Bolsonaro. Depois de mandar embora o então ministro da Saúde, Luiz Mandetta, Bolsonaro mirou o cargo de Moro após a exoneração do diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que era “braço direito” do ex-juiz. “Me foi prometida carta branca. Não são aceitáveis indicações políticas na Polícia Federal”, desabafou Moro ao entregar o cargo. “A exoneração (de Valeixo) foi feita de madrugada. Não assinei esse decreto”, acrescentou.
Na avaliação dos membros da Polícia Federal e do Ministério da Justiça, o movimento de Jair Bolsonaro que resultou no pedido de demissão feito por Sergio Moro tem como o pano de fundo a tentativa de o presidente controlar as ações e as investigações da corporação no país. O foco estaria em apurações que podem resultar em problemas para a família presidencial e para sua rede de apoio.
Nos planos de Sérgio Moro estava uma vaga no Supremo Tribunal Federal com indicação do presidente Jair Bolsonaro. Possibilidade que ficou bem distante. Por outro lado, o ex-juiz parece ter pretensões políticas. Uma candidatura à Presidência da República em 2022 não estaria descartada. Resta saber como ele chegará até lá, agora sem os holofotes do Ministério da Justiça e do seu papel de juiz da Lava Jato.