Incentivo de Bolsonaro para que pessoas invadam hospitais que tratam Covid-19 pelo País gera comportamento abominável
Mais uma vez o mau exemplo do Presidente da República gera desdobramentos abomináveis no País diante do enfrentamento ao coronavírus. Além de negar a doença e incentivar a quebra do isolamento social, Jair Bolsonaro incentivou em uma live na quinta-feira, dia 11 de junho, que seus seguidores invadam hospitais públicos para filmar leitos vazios.
A recomendação macabra teve efeito imediato. Na sexta-feira, dia 12, um grupo de pessoas invadiu com violência um setor de internamento para Covid-19 do hospital Ronaldo Gazolla, do Rio de Janeiro. Os invasores causaram tumulto entre profissionais de saúde e pacientes internados, além de quebrarem computadores e outros equipamentos na unidade hospitalar.
Em Fortaleza, nesta sexta-feira, três vereadores que fazem oposição ao prefeito Roberto Cláudio na Câmara dos Vereadores tentaram fazer ação semelhante no Hospital de Campanha do estádio Presidente Vargas. Sob a alegativa de que iriam filmar leitos vazios, Sargento Reginauro (Pros), Julierme Sena (Pros) e Márcio Martins (Pros) tentaram entrar na unidade pela garagem das ambulâncias, mas foram impedidos por funcionários. A Polícia Militar foi acionada para impedir a entrada dos parlamentares, que diziam ter autorização judicial. O Município alega que a autorização ainda era referente à fiscalização das obras do hospital de campanha.
Especialistas em infectologia avaliam que Fortaleza registrou uma queda no número de internações, infectados e mortos pela doença e já começa a sair da situação de pico da Covid-19. A Capital passa pela Fase 1 do plano de reabertura das atividades econômicas, mas o prefeito Roberto Cláudio alerta que é necessário consciência da população para evitar as aglomerações e uma possível nova onda de casos. Fortaleza enfrentou 50 dias de isolamento social com regras mais rígidas para reduzir a curva de contágio.