Investigação da Polícia Federal aponta que incêndios no Pantanal partiram de pelo menos quatro fazendas de Mato Grosso do Sul

  • 25/09/2020

Investigação da Polícia Federal aponta que os incêndios que devastaram 25 mil hectares do Pantanal começaram em quatro fazendas de grande porte em Corumbá (MS). A suspeita é que produtores rurais tenham colocado fogo na vegetação para transformação em área de pastagem. Enquanto isso, o Governo Federal tenta justificar as queimadas como normal no período, por causa do calor. No caso da Amazônia, culpa apenas a busca pela sobrevivência de indígenas e caboclos. Há anos, os organismos ambientais denunciam a ação nociva de grileiros, garimpeiros e madeireiros que devastam a região sem regras ou qualquer respeito ao Código Florestal.

O Pantanal já registra o número mensal mais alto de focos de incêndio desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998: foram 6.048 pontos de queimadas registrados no bioma desde o dia 1º de setembro até quarta-feira, dia 23 de setembro, o dado mais recente. A Amazônia também já registrou mais focos de incêndio neste mês do que em todo o mês de setembro do ano passado. Em setembro de 2019, foram 19.925 focos de calor; neste ano, até quarta-feira (23), houve 28.279 focos, uma alta de cerca de 42%.

Apesar de todas as evidências científicas, o Ministério do Meio Ambiente tenta desqualificar os dados e continua a política de desmantelamento dos órgãos como ICMBio, o Ibama, a Funai, que atuam em ações de fiscalização e controle. Prova disso é que, este ano, o Ministério do Meio Ambiente gastou apenas 35,6% dos valores que foram autorizados para prevenção, combate e fiscalização de queimadas.