Enquanto testes de vacinas contra a Covid-19 avançam, Bolsonaro volta a desestimular a imunização

  • 19/10/2020

Testes das vacinas contra a Covid-19 avançam em todo o mundo, mas o presidente Jair Bolsonaro continua indo na contramão ao voltar a desestimular o uso da vacina, quando estiver autorizada para uso em massa. Ele afirmou em conversa com apoiadores na saída do Palácio Alvorada, em Brasília, nesta segunda-feira, dia 19 de outubro, que a vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, não será obrigatória. Foi a segunda vez que Bolsonaro faz esse tipo de declaração pública.

Apesar de o Governo Federal ter o poder para determinar a obrigatoriedade da vacinação, Bolsonaro afirmou que cabe ao Ministério da Saúde definir o Programa Nacional de Imunizações e que já está decidido que a nova vacina não estará entre as obrigatórias. É mais uma forma de desestimular a vacinação, o que já acontece com as vacinas de outras doenças, como é caso do sarampo que reapareceu no País e, nos postos de saúde, caiu a procura pela imunização.

Por outro lado, o Governo Bolsonaro continua a apostar em “fórmulas mágicas” para o enfrentamento do coronavírus. Após a insistência com a cloroquina, já devidamente descartada pela Organização Mundial da Saúde como solução para a doença, agora apareceu o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, o astronauta Marcos Pontes, para anunciar que o vermífugo Nitazoxanida apresentou resultados positivos no tratamento precoce de pacientes com Covid-19 dentro de uma pesquisa coordenada pela pasta.

O detalhe é que o ministro não deu qualquer detalhe do estudo, não revelou comprovação de eficácia e ainda disse que o trabalho foi enviado para que uma revista científica avalie se tem interesse de divulgar a pesquisa. Marcos Pontes ainda teve coragem de realizar uma cerimônia nesta segunda-feira para anunciar a “novidade” e exibiu um vídeo que mostra a trajetória da pesquisa, mas fazendo uso de um gráfico sem dados reais.