Bolsonaro provoca mundo político com insensatez sobre vacina e ainda cutuca presidente eleito dos EUA

  • 11/11/2020

A insensatez do presidente Jair Bolsonaro parece não ter limites. Depois de comemorar a paralisação dos testes da vacina Coronavac, em fase de testes pelo Instituto Butantan, em São Paulo, Bolsonaro resolveu mais uma vez desdenhar da gravidade da Covid-19. “Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas”, disse numa solenidade no Planalto, nesta terça-feira, dia 10 de novembro.

Não satisfeito, resolveu provocar o novo presidente eleito dos EUA, Joe Biden, a quem ele ainda não reconheceu a vitória sobre o aliado Donald Trump. Bolsonaro respondeu às críticas aos incêndios da Amazônia que o democrata Joe Biden fez durante a campanha. “Apenas a diplomacia não dá, né, Ernesto? (Araújo, ministro das Relações Exteriores). E quando acaba a saliva, tem que ter pólvora. Se não não funciona”, comentou, numa alusão que o Brasil poderia provocar uma guerra contra os Estados Unidos.

O que se busca saber é o que esse tipo de reação ajuda na política externa brasileira. O que se vê é cada vez mais isolamento no mundo e consequentes prejuízos para a balança comercial nacional.

No ambiente interno, sobraram críticas da classe política, incluindo aliados do próprio Bolsonaro, que se mostra destemperado com a derrota de Trump nos Estados Unidos e o avanço das investigações de rachadinhas do filho Flávio Bolsonaro.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que tem sobre sua mesa pedidos de impeachment de sobra contra Bolsonaro, se limitou a rebater o presidente: “Entre pólvora, maricas e o risco à hiperinflação, temos mais de 160 mil mortos no país, uma economia frágil e um estado às escuras”, citando as declarações de Bolsonaro e o apagão no Amapá. É muito pouco para tantos crimes de responsabilidade já cometidos por Bolsonaro ao longo da evolução da pandemia da Covid-19.