Colapso nos hospitais de Manaus revela mais uma vez o descaso de quem não respeita o distanciamento social. Falta até oxigênio nas unidades

  • 15/01/2021

As mortes por Covid-19 crescem sem controle no Amazonas. A situação caótica se agravou nas últimas 48 horas com a falta de oxigênio para os pacientes internados nas unidades de saúde, principalmente, na capital Manaus. Governadores de outros estados, como Camilo Santana, do Ceará, estão oferecendo oxigênio e leitos para o Governo do Amazonas.

O colapso nos hospitais do Amazonas foi provocado pela falta de distanciamento social e o consequente avanço da pandemia. Em dezembro, o Governo Estadual tinha decretado um “lockdown” por lá, mas voltou atrás diante da pressão de comerciantes e parlamentares bolsonaristas. O resultado está aí. Casos da doença disparados e hospitais sem dar conta de tantos pacientes. Agora, o governo amazonense determinou um toque de recolher.

No cenário nacional, a falta de incentivo às regras de distanciamento social parte do próprio presidente Jair Bolsonaro, que continua a criticar as medidas dos governadores, sem contar o desprezo com as vacinas contra a Covid-19 em uso nos mais de 50 países onde iniciou a imunização. Um incentivo a mais mortes.

No Brasil, já são 207.160 mortos pelo coronavírus com 1.151 óbitos nas últimas 24 horas. Quando se pensa no apoio que deveria ser prestado pelo Ministério da Saúde, vale lembrar que no início da semana o ministro Eduardo Pazuello ofereceu “ajuda” ao Amazonas pressionando a Prefeitura de Manaus a distribuir hidroxicloroquina e ivermectina, remédios usados contra malária, lúpus e infestação por vermes, como tratamento precoce para a Covid-19. Definitivamente, não pode ser levado à sério.