Sem diálogo com a China, Governo Federal busca meios para viabilizar a vinda de insumos para produzir vacinas da Covid-19

  • 19/01/2021

As constantes críticas do presidente Jair Bolsonaro contra a China agora começam a ter um efeito negativo, de forma prática, para o Brasil. Catalisador utilizado na fabricação de vacinas contra Covid-19 por AstraZeneca e Sinovac, o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) ainda não tem data para chegar ao Brasil. A falta do insumo coloca em risco o planejamento de produção emergencial em massa dos imunizantes, assim como a distribuição para todo o país.

Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, integrantes do Governo Federal admitem que os recentes ataques à China feitos pela equipe de Jair Bolsonaro colaboram para que haja o impasse. O comportamento antidiplomático bolsonarista causa preocupação ao Instituto Butantan e à Fiocruz, respectivamente responsáveis pelas vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca.

Ainda conforme as fontes do governo, os últimos dias exigiram a retomada de contatos com correspondentes chineses, envolvendo uma pressão direta sobre o chanceler Ernesto Araújo. O Ministério das Relações Internacionais também continua a negociação com a Índia para aquisição de 2 milhões de doses da vacina de Oxford.

Para piorar o quadro, a Índia começará a exportar vacinas contra a Covid-19, nesta quarta-feira, dia 20 de janeiro, para seis países, informou o ministério das Relações Exteriores indiano. Os destinos das doses serão Butão, Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e Seychelles. O Brasil ficou fora da lista.

O Brasil iniciou a vacinação apenas no último domingo, após 50 países já terem começado o plano de imunização contra a Covid-19. A primeira leva liberada no País envolve apenas 6 milhões de doses asseguradas da Coronavac, que devem acabar até o fim de janeiro.