Fim da Lava Jato e divulgação de novas gravações deixam situação de Moro e Dalagnol cada vez mais complicada
O anúncio da Procuradoria Geral da República (PGR) de por fim à força-tarefa da Operação Lava Jato, comandada desde Curitiba, colocou ainda mais fogo nas revelações de gravações que mostram conluio entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores comandados por Deltan Dalagnol contra acusados da operação. Entre eles, o ex-presidente Lula que diz ter sido julgado de forma parcial por Moro, com o único objetivo de tirá-lo da disputa presidencial em 2018. O ministro do STF, Ricardo Lewandowski, levantou esta semana o sigilo de parte do material apreendido na Operação Spoofing, que prendeu suspeitos de invadir os celulares de Moro e de procuradores da Lava Jato.
O material conseguido pela defesa de Lula será usado para reforçar os argumentos do líder petista no habeas corpus em que pede a anulação do processo ao STF em que foi condenado pelo ex-juiz Sergio Moro por causa do triplex de Guarujá. Os advogados de Lula pedem a suspeição de Sérgio Moro, que segundo as gravações, combinou com o Ministério Público todas as ações do processo contra o petista.
As gravações revelam que Moro orientou os procuradores sobre como deveriam agir para que tivesse condições de justificar uma sentença condenatória. Assim, muitos réus podem ter sido condenados pelo ex-juiz mesmo antes do julgamento.
Só para lembrar: após a prisão de Lula e sua consequente não participação no processo eleitoral de 2018, Sergio Moro abandonou a magistratura e veio ser ministro da Justiça no Governo Bolsonaro, com quem viria a brigar mais à frente por causa de interferência no comando da Polícia Federal. Hoje, os bolsonaristas que ontem aplaudiam suas ações, o consideram inimigo político. E assim caminham os interesses pelo Poder.