Passagem de Bolsonaro no Ceará é marcada por aglomerações, populismo e discurso contra isolamento social
Nesta sexta-feira, dia 26 de fevereiro, um dia após o recorde de número de mortes por Covid-19 no País e com diversos estados em colapso na saúde, o presidente Jair Bolsonaro cumpriu agendas no Ceará para anúncio de obras em trechos da BR-222 e BR-116. Bolsonaro passou por Tianguá, Fortaleza e Caucaia, em visitas marcadas por diversos descumprimentos de protocolos sanitários de prevenção ao novo coronavírus. Muitas pessoas sem máscara, aglomerações e discurso contra lockdown deram o tom da narrativa bolsonarista em solo cearense.
Na primeira parada, em Tianguá, o presidente mandou abrir os bloqueios que separavam a multidão do palco onde estaria com membros de sua comitiva, ampliando assim a aglomeração no local. Em discurso de viés populista, o chefe executivo criticou indiretamente as medidas de isolamento social adotadas por Camilo Santana (PT) e outros governadores do país. “Aos políticos que me criticam, sugiro que façam o que eu faço. Quero dizer a esses políticos do Executivo que o que mais ouvi aqui foi ‘quero trabalhar’. O povo não consegue mais ficar dentro de casa, o povo quer trabalhar”, disse.
Sobre as críticas quanto à ineficaz gestão de crise do Governo Federal ao longo da pandemia, Bolsonaro diz que recebe ataques 24 horas por dia, mas que eles não vão fazê-lo desistir, pois se considera “imbrochável”. Em outras tentativas de fortalecer o vínculo com o povo cearense, o presidente lembrou que seu sogro é natural de Crateús, por isso sua filha “tem sangue de cabra da peste”, e também comemorou o título brasileiro do Flamengo conquistado na última quinta-feira.
Em Fortaleza e Caucaia, Bolsonaro também interagiu com apoiadores. No município da Região Metropolitana, foi gerada novamente aglomeração de pessoas sem máscara para acompanhar assinatura de ordem de serviço para obras de infraestrutura de duplicação das estradas que ligam Caucaia ao Porto do Pecém.