Indefinição na posse de novo ministro da Saúde agrava a situação da Covid-19 e queda na popularidade ameaça relação de Bolsonaro com o Centrão
Com estados enfrentando o colapso no atendimento de pacientes com a Covid-19, secretários de saúde denunciam que o Ministério da Saúde está sem comando. Desde que foi anunciado, o médico Marcelo Queiroga ainda não tomou posse. Enquanto isso, Eduardo Pazuello, já extremamente desgastado no cargo, está sentado na cadeira de ministro mas sem qualquer poder de decidir nada. A equipe técnica, repleta de militares, está paralisada a espera de reformas que devem a ser anunciadas pelo novo ministro. A avaliação dos secretários estaduais é que “não há absolutamente ninguém na Saúde”.
Em meio a esse caos administrativo, o presidente Jair Bolsonaro continua a agir como se estivesse tudo normal. Comemorou seu aniversário, neste domingo, dia 21 de março, em Brasília, promovendo aglomeração com apoiadores. O discurso continua o mesmo: o fim do isolamento social, do uso de máscaras e que todos vão pra rua
A insensibilidade diante da crise sanitária só faz a popularidade do presidente cair, principalmente, frente a uma vacinação lenta no País por falta de imunizantes. O resultado disso é que a insatisfação da base aliada de Bolsonaro aumenta. Na avaliação de parlamentares do grupo, a manutenção do discurso negacionista do presidente em meio ao pior momento da pandemia da Covid-19 e a volta do ex-presidente Lula ao tabuleiro eleitoral para 2022 levam integrantes do Centrão a repensar o limite de fidelidade ao Planalto.