Bolsonaro tenta sustentar Ernesto Araújo, mas Centrão pressiona e também quer a saída de Ricardo Salles do Meio Ambiente

  • 27/03/2021

Os ministros da Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, são, sem sombra de dúvidas, os mais rejeitados do Governo Bolsonaro. E tem motivos para isso. Ambos, são negacionistas e têm posturas de extrema-direita que agradam a Bolsonaro, mas dificultam a relação com os congressistas. A semana foi de forte pressão para demitir Ernesto Araújo, que tem dificultado no cenário internacional a compra de novas vacinas contra a Covid-19 pelo Brasil.

Mas os parlamentares do chamado Centrão, que dá sustentação política a Bolsonaro no Congresso Nacional, articulam também a saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente. O desgaste de Salles no Exterior também é muito grande, diante de inúmeras críticas internacionais à política ambiental em curso no Brasil, onde se enfraquece a fiscalização do Ibama e se favorece o desmatamento, principalmente, na Amazônia.

O presidente Jair Bolsonaro trata a saída de Ernesto Araújo do Governo em “banho-maria”. Quer uma saída honrosa. Busca um outro cargo para Araújo. No entanto, a oposição não perde tempo. A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados pediu o impeachment e a responsabilização do chanceler Ernesto Araújo ao alegar que o Ministro das Relações Exteriores “conduz o país a um total isolamento, atacando esforços de cooperação internacional multilateral de enfrentamento à pandemia e prejudicando relações bilaterais fundamentais para a compra e produção de vacinas”.

No Senado Federal, uma articulação suprapartidaria promete travar todas as demandas do Itamaraty enquanto o ministro Ernesto Araújo não for demitido pelo Presidente da República.