Em dia de recorde de mortes por Covid-19 no País, volta a faltar vacina em várias capitais

  • 07/04/2021

Sob pressão, o presidente Jair Bolsonaro tenta mostrar interesse na vacinação contra a Covid-19. No entanto, continua pregando o negacionismo, é contra medidas de isolamento social tomadas por governadores e prefeitos e não cansa de “vender” um tratamento precoce que não é empregado em nenhum lugar do mundo. Planejou mal a compra das vacinas com os laboratórios que ofereceram o imunizante e agora colhe como fruto uma vacinação lenta e com poucas doses disponíveis. O Brasil imunizou até agora pouco menos de 10% da população.

Mesmo com as rusgas políticas de Bolsonaro com o governador de São Paulo, João Dória, o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac, é responsável pelo fornecimento de quase 90% das vacinas utilizadas no Brasil até agora. O restante é da AstraZeneca/Oxford. Para o mês de abril, a previsão de novas vacinas do Ministério da Saúde já caiu para 25 milhões de doses. O resultado é que já começou a faltar vacina novamente em várias capitais.

A Secretaria Municipal de Fortaleza informou, nesta terça-feira, dia 6 de abril, que as vacinas disponíveis para aplicação da primeira dose contra a Covid-19 se esgotaram. Desta forma, no momento segue apenas a agenda de recebimento da segunda dose na Capital, enquanto não houver a chegada de novos lotes expedidos pelo Ministério da Saúde ao Governo do Ceará.

Camilo Santana e outros governadores tem pressionado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no sentido de liberar o uso da vacina russa Sputnik V no Brasil. O Ceará adquiriu 5,8 milhões de doses, mas ainda não foi realizada a análise para aprovação do imunizante em território nacional.

O cenário de indefinição e lentidão nas decisões que cabem ao governo do presidente Jair Bolsonaro ocorre em meio a mais um recorde de mortes por Covid-19 no País: nas últimas 24 horas, 4.195 óbitos decorrentes do novo coronavírus foram registrados. Em todo o Ceará, apenas 2,54% da população recebeu as duas doses da vacina, enquanto o total de 10,39% recebeu pelo menos uma das doses. Na semana passada, o Estado chegou a marca de 1 milhão de doses aplicadas.