Pazuello e outros membros do Ministério da Saúde viram alvo do MPF e TCU antes mesmo do início dos trabalhos da CPI do Senado
O ex-ministro Eduardo Pazuello e outros integrantes do Ministério da Saúde na sua gestão já são alvo de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e Tribunal de Contas da União (TCU), antes mesmo do início dos trabalhos da CPI da Covid, instalada no Senado Federal.
O MPF no Amazonas ajuizou ação de improbidade administrativa contra o ex-ministro Eduardo Pazuello e o secretário estadual de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, por omissão no combate à pandemia entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, quando o Amazonas registrou colapso de oxigênio nas unidades de saúde e aumento de mortes por Covid-19.
Entre as falhas de Pazuello e equipe, apontadas pelo MPF, estão o atraso em enviar equipe para diagnosticar e reduzir nova onda de casos de coronavírus no Estado e a pressão para as autoridades locais adotarem ‘tratamento precoce’. Também foi apontada a omissão das autoridades no monitoramento da demanda de oxigênio em Manaus e a demora para transferência de pacientes que aguardavam leitos.
A ação, encaminhada à Justiça Federal no Amazonas, cita também três secretários do Ministério da Saúde, entre eles, a médica cearense Mayra Pinheiro, que chefiou um grupo que visitou treze unidades básicas de saúde em Manaus, recomendando o uso do chamado “kit Covid”, que não tem qualquer eficácia comprovada no tratamento da pandemia. Mayra responde também na mesma ação por improbidade administrativa.
O TCU também antecipa ações contra Pazuello. O ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União (TCU), propôs a abertura de um processo para apurar se houve omissão do Ministério da Saúde na elaboração de uma política de assistência de medicamentos para estados e municípios durante a pandemia.