Recomendação do “kit Covid” poderá ser prova contra o Governo Bolsonaro na CPI do Senado
Integrantes da CPI da Covid já definiram que uma das frentes de investigação deve ser a recomendação do Governo Federal do uso de remédios sem eficácia comprovada contra o coronavírus. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), futuro relator da CPI da Covid que teve a instalação adiada para terça-feira, dia 27 de abril, já tem em mãos um ofício no qual o Governo Bolsonaro orienta a Fiocruz a divulgar e indicar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina no tratamento da doença. O documento poderá ser usado eventualmente como prova para imputar crimes a integrantes do Governo Federal na gestão da pandemia.
Além da Organização Mundial da Saúde (OMS), entidades médicas de todo o mundo condenam o uso de medicamentos sem eficácia, que vem prejudicando e causando até mortes de pacientes com Covid-19 por causa dos efeitos colaterais. O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizette Giamberardino Filho, afirmou que a entidade não endossa mais medicamento algum para tratamento da doença do novo coronavírus. “O Conselho Federal de Medicina não recomenda e não aprova tratamento precoce e não aprova também nenhum tratamento do tipo protocolos populacionais (contra a Covid-19)”, disse.
A cloroquina, usada contra lúpus, artrite e malária, teve um aumento nas vendas em 2020 de 107% no Brasil. Já a ivermectina, recomendado contra piolhos e vermes, teve alta nas vendas de 74%.
