CPI da Covid começa nesta terça-feira. Alvos, Bolsonaro e Pazuello reafirmam postura negacionista diante da pandemia
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as ações e omissões do Governo Federal na gestão da crise decorrente da Covid-19 no País será oficialmente instalada nesta terça-feira, dia 27 de abril, no Senado Federal. Os trabalhos contarão com a presidência do senador Omar Aziz (PSD), a vice-presidência do senador Randolfe Rodrigues (Rede) e a relatoria de Renan Calheiros (MDB). Uma liminar concedida pelo juiz Charles Renaud, da 2ª Vara Federal de Brasília, impede que o senador Renan Calheiros tome posse como relator. No entanto, a liminar não deve prosperar, pois a Justiça do DF não tem competência para tomar essa decisão.
Alvos centrais da CPI, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reforçaram nos últimos dias postura negacionista diante da seriedade da pandemia.
Bolsonaro esteve, nesta segunda-feira, dia 26, em agenda de entrega de obras no município de Feira de Santana, na Bahia. Sem máscara, o presidente insistiu no descumprimento de protocolos sanitários e promoveu aglomerações. Ao ser questionado por uma jornalista sobre a sua postura em entrevista sobre a Covid-19 onde exibia uma cartaz de “CPF cancelado”, na sexta-feira passada, ele a chamou de “idiota”.
No fim de semana, Eduardo Pazuello (foto) foi filmado circulando em um shopping de Manaus, cidade que sofreu explosão de casos de coronavírus e será um dos pontos analisados na investigação de provável omissão federal. Ele estava sem máscara e, quando chamado a atenção, debochou da situação: “onde compra isso?”.
Com investigados nitidamente despreocupados com o rumo das investigações, será um trabalho árduo para a base governista (minoria de quatro dentre os 11 titulares da CPI) argumentar em defesa das ações do governo federal na gestão da crise sanitária que assola o Brasil e seus quase 400 mil mortos pela Covid-19.
