Fundo russo acusa Anvisa de decisão “política e tendenciosa” na reprovação da vacina Sputnik V. Governadores preparam pedido de revisão
Um dia após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negar a importação da vacina Sputnik V alegando ausência de dados suficientes, nesta terça-feira, dia 27 de abril, o Fundo Soberano da Federação da Rússia classificou a decisão como “política e tendenciosa”. O CEO do fundo russo, Kirill Dmitriev, afirmou que os argumentos técnicos apontados pelo órgão regulatório brasileiro foram abastecidos por “fake news”, e garantiu que sua equipe não irá mais trabalhar pela venda do imunizante contra Covid-19 para o Brasil.
“Poderíamos fornecer ao Brasil doses para 80 milhões de pessoas neste ano. Mas a posição da Anvisa não pode ser explicada pela ciência. A Anvisa tem sido tendenciosa e não profissional. Para nós, usam exigência dupla ou tripla, mais sujeita a escrutínio e ataque. É muito estranho”, pontuou Dmitriev em entrevista ao Valor Econômico.
Durante a manhã desta terça-feira, os governadores do Nordeste participaram de uma reunião virtual com os russos em busca de mais relatórios e documentos técnicos do imunizante para possibilitar a exigência de uma revisão da Anvisa sobre a decisão de barrar as doses da Sputnik. Os novos retornos de fundamentos técnicos da vacina também serão apresentados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Avaliamos a decisão tomada ontem pela Anvisa, e os próximos passos a serem dados pelo fabricante para que o processo tenha prosseguimento de forma célere e segura”, informou o governador Camilo Santana (PT) em suas redes sociais, após participar do encontro.