Ministro Marcelo Queiroga foge de perguntas na CPI da Covid para não contrariar Jair Bolsonaro
O depoimento do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na CPI da Covid no Senado Federal, nesta quinta-feira, dia 6 de maio, foi marcado pelo esforço do ministro em não contrariar os posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro, que prega o fim do isolamento social, do uso de máscaras e do chamado tratamento precoce do coronavírus com o “kit Covid”, que não tem qualquer eficácia comprovada cientificamente. Queiroga driblou os senadores nas respostas e não respondeu se compartilha ou não da posição de Jair Bolsonaro, favorável ao uso da cloroquina para o tratamento contra a Covid-19.
A verdade é que se mostrasse qualquer posição desfavorável ao uso de cloroquina e ivermectina na CPI, Marcelo Queiroga estaria colocando o seu cargo de ministro em jogo. Ele se limitou a dizer que o Ministério da Saúde deve anunciar em breve um protocolo sobre a recomendação de remédios para o tratamento da Covid-19.
Diante de 414 mil mortos no Brasil pela pandemia, Queiroga defendeu que a vacinação é a maior estratégia a ser implementada. No entanto, voltou a se atrapalhar com a previsão de chegada de novas doses no País. Depois de anunciar anteriormente que o Brasil teria contratadas 560 milhões de doses, o Ministério da Saúde reduziu que existem asseguradas apenas 281 milhões por enquanto.
Devido ao alongamento do depoimento de Marcelo Queiroga, os senadores da CPI da Covid decidiram adiar para a próxima terça-feira, dia 11 de maio, o depoimento do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres. O ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, presta depoimento na próxima quarta-feira, dia 12 de maio, No dia seguinte, dia 13, será ouvido o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.