Pazuello responsabiliza Mayra Pinheiro na CPI por difusão de cloroquina no Amazonas e tenta livrar Bolsonaro de omissões

  • 19/05/2021

O ex-ministro da Saúde e general do Exército, Eduardo Pazuello, prestou depoimento nesta quarta-feira, dia 19 de maio, na CPI da Covid, no Senado Federal, que investiga ações e omissões do Governo Federal diante da crise sanitária decorrente da pandemia. Durante o interrogatório, Pazuello reforçou que a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, foi a responsável pela coordenação do uso de cloroquina no tratamento precoce da Covid-19 no Amazonas, um dos epicentros do vírus em solo brasileiro.

Segundo o militar, a médica cearense elaborou o ofício para o envio de 120 mil comprimidos de hidroxocloroquina para o estado amazonense, mesmo já comprovada a ineficácia dos medicamentos no tratamento da Covid-19.

Com habeas corpus preventivo concedido pelo ministro do STF, Ricardo Lewandowski, Pazuello teve depoimento marcado por negação de fatos levantados que apontam a omissão do governo de Jair Bolsonaro à frente da gestão da pandemia, o que revoltou senadores de oposição. Por diversas vezes o ex-ministro foi acusado de mentir.

O ex-ministro disse que Bolsonaro jamais fez orientação paralela ao Ministério da Saúde, e também afirmou que o presidente não mandou em nenhum momento cancelar a ordem de compra da vacina CoronaVac. Ainda sobre a vacinação, Pazuello sustentou que o governo não aceitou a compra da Pfizer por conta de “cláusulas complicadíssimas” e que a pasta da Saúde aderiu ao mínimo de doses do consórcio Covax devido ao alto preço e desconfianças sobre a garantia.

Quando foi questionado sobre o episódio da falta de oxigênio em Manaus, o ex-ministro disse que “só faltou oxigênio por três dias”, do dia 10 ao dia 13 de janeiro. Porém, documento comprovam que na verdade foram 20 dias de carência do insumo.

O militar disse ainda que o Brasil é “soberano” e que em nenhum momento se viu obrigado a obedecer ordens da Organização Mundial de Saúde. Pauta levantada pelos governistas, a possibilidade de desvios por parte de gestões de municípios e estados do País foram negadas por Pazuello.