CPI da Covid: médica bolsonarista que aconselhava Bolsonaro sobre tratamento precoce presta depoimento nesta terça-feira
A semana de trabalhos na CPI da Covid, no Senado Federal, será marcada por depoimentos de médicos sobre os temas que cercam as ações de enfrentamento à pandemia no Brasil. Nesta terça-feira, dia 1º de junho, será ouvida a oncologista e imunologista, Nise Yamaguchi. Bolsonarista, a profissional da saúde é defensora do uso da hidroxicloroquina e da azitromicina como parte de um tratamento precoce contra a Covid-19, mesmo sem comprovação de eficácia dos medicamentos. Nise também foi chamada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em abril do ano passado, para compor o comitê de crise do governo contra a pandemia.
Quando depuseram aos senadores, o médico e ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, apontaram a médica como responsável pelo aconselhamento paralelo ao presidente para o uso dos medicamentos. Barra Torres chegou a apontá-la como participante ativa de reunião para tentar alterar a bula da cloroquina e inseri-la no combate ao coronavírus, levando inclusive documentos para alteração oficial.
Nise também foi cotada, na época, para substituir Mandetta quando este deixou a titularidade do ministério. Na época do depoimento do presidente da Anvisa, a depoente desta terça lançou uma nota afirmando que sempre fez assessoramentos para “os últimos quatro governos federais”, e que a fala sobre a bula da cloroquina “não representa a realidade”.
Na quarta-feira, dia 2, a CPI ouvirá uma série de especialistas: Dr. Clóvis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Dra. Zeliete Zambom, presidente da Sociedade Brasileira Medicina de Família e Comunidade, Dr. Francisco Eduardo Cardoso Alves, especialista em infectologia pelo Emílio Ribas (SES/SP), e Dr. Porto de Melo, médico neurocirurgião.
Não haverá depoimentos na quinta-feira devido ao feriado de Corpus Christi.
