Após absolvição de Pazuello, deputados federais articulam PEC para impedir militares da ativa de ocuparem cargos no Governo Federal
A absolvição do general Eduardo Pazuello pelo Comando do Exército depois de participar de ato político com o presidente Jair Bolsonaro continua provocando desdobramentos em Brasília. Agora, deputados federais articulam uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para impedir que militares da ativa ocupem cargos políticos no Governo Federal. A PEC muda a Constituição para determinar que o militar com mais de dez anos de serviço passará automaticamente para a inatividade, ao assumir cargo de natureza civil.
O ex-ministro da Secretaria de Governo do presidente Bolsonaro, o general da reserva Santos Cruz, disse que sentiu vergonha da decisão do Comando do Exército em poupar Pazuello de punição, após pressão de Jair Bolsonaro. “É uma desmoralização para todos nós. Houve um ataque frontal à disciplina e à hierarquia, princípios fundamentais à profissão militar. Mais um movimento coerente com a conduta do presidente da República e com seu projeto pessoal de poder. A cada dia, ele avança mais um passo na erosão das instituições”, afirmou Santos Cruz. E ainda criticou a forma como o Presidente da República se refere ao Exército. “À irresponsabilidade e à demagogia de dizer que esse é o ‘meu exército’, eu só posso dizer que o ‘seu exército’ não é o Exército brasileiro. Este é de todos os brasileiros, é da nação brasileira”.