Após Carlos Wizard não comparecer ao depoimento, CPI da Covid pede condução coercitiva e apreensão de passaporte do empresário

  • 17/06/2021

Um dos principais suspeitos de integrar o “gabinete paralelo” do presidente Jair Bolsonaro na gestão da pandemia,  o empresário Carlos Wizard não compareceu ao Senado Federal nesta quinta-feira, dia 17 de junho, para prestar depoimento na CPI da Covid. Diante da ausência, a comissão irá solicitar a condução coercitiva para que Wizard deponha ao colegiado, além da apreensão do passaporte do bolsonarista.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD), informou que a Justiça está oficiada para que a Polícia Federal retire o documento de Carlos Wizard, que hoje se encontra nos Estados Unidos. “Oficiaremos juiz criminal para que requisite autoridade policial para apresentação da testemunha ou determinar que seja conduzido por oficial de Justiça, que poderá requisitar auxílio da força pública”.

Wizard havia conseguido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de decisão do ministro Luís Roberto Barroso, o habeas corpus que o permitia ficar em silêncio durante o depoimento. Aziz se disse espantado pelo fato “de um cidadão procurar habeas corpus para ficar em silêncio e não aparecer”.

A reunião da comissão também ouviria, nesta quinta, o servidor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Marques, indicado como autor do documento que relativizaria o número de mortes por coronavírus no Brasil, citado por Bolsonaro em transmissão ao vivo. O TCU desmentiu a existência oficial deste estudo. Contudo, o depoimento foi adiado para votação da Medida Provisória que inicia tramite de privatização da Eletrobrás no Senado.