Compra suspeita da Covaxin atinge Planalto e vira alvo da CPI da Covid. Deputado alerta que Bolsonaro foi avisado das irregularidades

  • 24/06/2021

O presidente Jair Bolsonaro está sob pressão com as denúncias de superfaturamento e corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. Luís Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, disse ao Ministério Público Federal que recebeu uma “pressão atípica” para agilizar a liberação da Covaxin, desenvolvida pelo laboratório Bharat Biotech. O contrato de R$ 1,6 bilhão entrou na mira da CPI, que suspeita de favorecimento para a vacina indiana e, em particular, para a empresa brasileira Precisa Medicamentos, que atuou como intermediária no negócio.

O surgimento de novos fatos resultou em uma nova linha de investigação da CPI da Covid, que convocou para esta sexta-feira, dia 25 de junho, os irmãos Luís Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, Luís Miranda (na foto com Bolsonaro), deputado federal. Senadores consideram que se forem comprovados os atos de corrupção na negociação de compra da vacina Covaxin, Bolsonaro pode responder por prevaricação e pelo crime de advocacia administrativa, que é o uso da máquina pública em favor de entidades privadas. 

O técnico do ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, irmão do deputado Luís Miranda (DEM-DF), diz ter prova que as denúncias de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin pelo Governo Federal, com superfaturamento de mais de 1.000%, foram apresentadas a Jair Bolsonaro. O deputado federal Luís Miranda, que denunciou o esquema na compra superfaturada de vacinas, cobrou diretamente o presidente da República após receber ameaças do secretário geral Onyx Lorenzoni em coletiva à imprensa. “Sempre te defendi e essa é a recompensa?”, questionou.

Ao contrário de investigar a denúncia de superfaturamento na compra do imunizante, o Palácio do Planalto preferiu determinar que a Polícia Federal abra investigação sobre as palavras do deputado federal Luis Miranda e do seu irmão.