Representante da Davati diz que foi procurado pelo Ministério da Saúde e informado sobre “comissão” na compra de vacinas
Em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira, dia 15 de julho, o representante da Davati Medical Supply, Cristiano Carvalho, afirmou que foi procurado “insistentemente” pelo ex-diretor do Ministério da Saúde, Roberto Dias, para compra da vacina AstraZeneca. Carvalho disse ainda que o policial militar Luiz Paulo Dominguetti o avisou que havia um pedido de “comissionamento” na negociação de 400 milhões de doses do imunizante com o governo federal.
“A informação que veio a mim, vale ressaltar isso, não foi o nome propina, tá? Ele usou comissionamento. Ele se referiu a esse comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Blanco e da pessoa que o tinha apresentado ao Blanco, que é de nome Odilon”, afirmou o depoente.
Cristiano Carvalho foi citado por Dominguetti durante a oitiva do policial na CPI. Segundo a versão apresentada na ocasião, o ex-diretor de Logística da Saúde, Roberto Dias, havia pedido US$ 1 (um dólar) de propina por dose. Dias negou a acusação.
O depoimento de Carvalho contradisse o de Dominguetti, visto que o militar afirmou ter sido designado para negociar os lotes da vacina no Brasil pela Davati. Contudo, o representante da empresa norte-americana disse que foi procurado por Dominguetti em janeiro deste ano e que o policial foi quem apresentou à ele o plano de venda das vacinas ao Governo Federal.