Paulo Guedes muda discurso do “equilíbrio fiscal” para ajudar Bolsonaro em ano eleitoral. Oposição quer aumento maior no Auxílio Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu ceder ao presidente Jair Bolsonaro na questão do valor do Auxílio Brasil, que deverá substituir o Bolsa Família. Sem os recursos assegurados e nem a fonte do dinheiro, Paulo Guedes garantiu que o auxílio será de R$ 400 a partir do mês de novembro até o fim de 2022. Coincidentemente, após o período eleitoral. Guedes quer licença para gastar cerca de R$ 30 bilhões de reais fora do teto de responsabilidade fiscal.
Para a oposição, o valor do auxílio neste momento de fome dos mais pobres deveria ser até maior. O ex-presidente Lula (PT) é defensor de que o benefício seja de R$ 600. “Não interessa se Bolsonaro vai fazer uso político. A questão agora é ajudar quem está precisando”, disse.
Resta saber se a iniciativa de Bolsonaro em furar o teto de gastos vai gerar reação na corrida eleitoral. O mercado financeiro reagiu mal, investidores estão desconfiados e na base bolsonarista, a ação eleitoreira do presidente pode causar danos.
“Com políticas fiscais assim, não precisamos mais de socialistas”. A frase é do empresário bolsonarista Winston Ling, conhecido como o homem que apresentou o ministro Paulo Guedes ao presidente Jair Bolsonaro ainda na campanha em 2018.