PL marca data para filiar Bolsonaro. Enquanto isso, Moro ameaça Ciro Gomes nas pesquisas
O presidente Jair Bolsonaro acena com novo entendimento com o PL de Valdemar Costa Neto, presidente nacional da legenda e condenado no Mensalão. Após novas conversas, o Partido Liberal anuncia agora a filiação de Bolsonaro para o próximo dia 30 de novembro.
Bolsonaro e os filhos querem poder total no partido para definir as candidaturas da legenda nos estados. Mas o problema está exatamente aí. A direção nacional do PL diz estar tudo acertado, mas nos diretórios estaduais a perspectiva de traição nas eleições é alta. Principalmente no Norte e Nordeste, onde parlamentares do PL tendem a apoiar adversários de Bolsonaro. Há estados do Nordeste, por exemplo, em que Lula tem mais de 70% das intenções de voto, segundo os institutos de pesquisa. Deputados do PL não estão dispostos a arriscar uma reeleição ao ter que enfrentar a rejeição de Bolsonaro na região.
Na corrida presidencial, preocupação também entre os pedetistas. As últimas consultas eleitorais vêm mostrando o ex-juiz Sergio Moro à frente de Ciro Gomes (PDT). A campanha do pedetista vem centrando fogo no ex-presidente Lula (PT), à frente das pesquisas. Mas no próprio PDT, a estratégia de Ciro não é unanimidade. Pedetistas temem que o crescimento de Moro venha a desidratar a caminhada de Ciro antes de efetivamente a campanha começar.
Vale ressaltar também os embates entre moristas e bolsonaristas em quem ganha mais espaço na extrema direita que chegou ao poder em 2018. A troca de ofensas entre os dois grupos nas redes sociais ganha força em apontar quem é mais “traidor”. Enquanto bolsonaristas acusam Moro de “negociar cargos com corruptos”, de ser um “comunista safado”, moristas destacam que Bolsonaro “acabou com a Lava Jato” e foi “negligência no combate à pandemia”.
