Congresso retoma as atividades. Relação com Bolsonaro será colocada à prova com início da campanha presidencial
O presidente Jair Bolsonaro compareceu à reabertura das atividades no Congresso Nacional, em Brasília, nesta quarta-feira, dia 2 de fevereiro. Não perdeu a oportunidade de, no discurso, atacar o STF e o ex-presidente Lula (PT), seu adversário na corrida presidencial e que lidera as pesquisas eleitorais até aqui (na PoderData divulgada hoje apareceu com 41% contra 30% de Bolsonaro. A Paraná Pesquisas apontou também hoje Lula com 40,1% contra 29,1% de Bolsonaro).
Mas no retorno dos trabalhos legislativos, o que também está em jogo é a relação de Bolsonaro com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, que é pré-candidato à Presidência da República pelo PSD, e Arthur Lira, hoje aliado de Bolsonaro e um dos comandantes do Centrão.
Rodrigo Pacheco mandou recado direto a Bolsonaro. Diz que vai defender a democracia e que derrotados precisam respeitar o resultado da disputa eleitoral em outubro. Bolsonaro tem hábito de questionar a lisura das eleições e levantar, sem provas, dúvidas sobre a confiabilidade do sistema de urnas eletrônicas.
Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, continua a mostrar fidelidade a Bolsonaro nesse início de ano. Afinal, o Palácio do Planalto tem atendido aos pedidos de liberação de verbas e de indicação de cargos aos deputados ligados a Lira. Resta saber se ao longo da campanha, o Centrão vai manter apoio irrestrito a Bolsonaro se ele não melhorar os índices de rejeição nas pesquisas.
Arthur Lira é candidato à reeleição por Alagoas e, no Nordeste, os índices de intenção de voto são bem favoráveis a Lula. Não é à toa que muitos parlamentares da região, de partidos ligados ao Centrão, são favoráveis em apoiar o petista na disputa presidencial.