Grandes Debates na AL discute assistência técnica em agropecuária no Ceará
“Os desafios da assistência técnica em agropecuária no Ceará” é o tema do primeiro “Grandes Debates – Parlamento Protagonista” do ano. Terá a participação do empresário Inácio Parente, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC); do agricultor familiar Raimundo Martins Pereira, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (FETRAECE); do agricultor Antônio Rodrigues de Amorim, presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE) e do deputado estadual Moisés Braz, com mediação do jornalista Ruy Lima. O programa será exibido nesta quarta-feira, dia 9 de fevereiro, a partir das 21h, pela TV Assembleia, Rádio Assembleia e pelas redes sociais da Casa.
A agricultura constitui historicamente um segmento de grande importância para a economia nacional e cearense. No desenvolvimento econômico do país, os produtos agrícolas ocupam papel vital na sustentação da economia. Mas, durante séculos, as atividades agrícolas foram realizadas de forma rudimentar, com poucas inovações tecnológicas, mantidas primordialmente num sistema de produção altamente intensivo em mão de obra de baixo custo.
A partir da década de 1960, esse sistema começou a sofrer transformação, impulsionado por políticas públicas que gradativamente introduziram os preceitos da chamada “revolução verde” no sistema rural brasileiro. Entre esses preceitos incluíam-se a incorporação da inovação tecnológica no âmbito das atividades agropecuárias e a difusão da inovação nessas atividades. Grande incentivo foi conferido à criação de instituições de pesquisa agropecuária e à formação de profissionais especializados em áreas do conhecimento desse campo de atuação. A Embrapa, por exemplo, foi criada em 1973, com a missão de viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira.
Apesar das adversidades impostas pelo clima, a economia do sertão do Nordeste está ligada diretamente à atividade agropecuária. A oferta necessária de água é condicionante para o sucesso do plantio, para que todas as etapas de uma lavoura não sejam prejudicadas por falta de umidade. Como essa região ainda não ingressou em um processo de mecanização e modernização efetiva do campo, a pecuária é desenvolvida de forma tradicional ou extensiva. Os animais são criados em extensas áreas, sem maiores cuidados e se alimentam, quase sempre, de pastagens nativas e não cultivadas, gerando baixa produtividade. Na agricultura, a maior parte da produção é destinada ao consumo próprio, realidade praticamente em todo o sertão, especialmente em pequenas propriedades rurais. A produção é pequena, com base na agricultura familiar, sem acesso a tantas tecnologias. Em algumas regiões do Sertão nordestino, como nas encostas das serras e vales fluviais, a maior umidade proporciona condições que permitem o desenvolvimento de atividade agrícola mais diversificada como o cultivo de culturas como milho, feijão, arroz e mandioca, além de lavouras com fins comerciais como o algodão arbóreo e a soja.
A cana-de-açúcar ainda é o produto mais importante, principalmente para Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Soja e cacau se destacam na Bahia. O cultivo de outras produções, como café, milho, feijão, arroz, banana, algodão, sisal, mandioca, coco e castanhas também predominam. A criação de bovinos é forte no Maranhão, Piauí e Bahia. A de caprinos também é importante, já que esses animais são considerados mais resistentes às condições climáticas.
As condições climáticas foram bastante favoráveis para a agropecuária do Ceará, nos últimos dois anos, com chuva acima da média e a pandemia não teve grande impacto nas atividades, que acontecem em espaço aberto, no campo. Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), o estado está no quarto ano consecutivo de crescimento da agropecuária. O crescimento do milho foi de 50% em 2020, se comparado a 2019, e o de feijão foi de 13%. Nas hortaliças, se destacam a produção do tomate, com crescimento de 9%.
A fruticultura também teve um bom desempenho em 2020, com destaque para o crescimento do maracujá (38%), coco-da-baía (34%) e mamão (29%). Outras frutas que também cresceram, e se destacam principalmente no mercado de exportações foram a melancia (17%), o melão (7%) e a banana (6%). As atividades pecuárias também foram favoráveis, com aumento principalmente do consumo da carne de ave e ovos.