Ainda em silêncio, Bolsonaro se prepara para ser líder na oposição. Mas no futuro, terá problemas a enfrentar na Justiça
Após o anúncio da derrota nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantém em silêncio. Passados 14 dias da vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual chefe do Planalto não parabenizou o petista e evitou comentar até mesmo o relatório das Forças Armadas sobre a fiscalização do processo eleitoral, que não constatou qualquer fraude no sistema eletrônico de votação.
Bolsonaro promoveu apenas duas declarações públicas depois da derrota. Além disso, foram apenas três publicações nas redes sociais. Se mantém isolado no Palácio da Alvorada, enquanto seus eleitores radicais permanecem em alguns acampamentos em frente a quartéis pregando golpe militar.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a extensão para todo o Brasil da punição aos manifestantes que bloqueiam estrada. Todos os veículos deverão ser identificados e seus proprietários ficarão sujeitos a uma multa de 100 mil reais por hora. Moraes mandou ainda que sejam identificadas empresas que financiam os movimentos golpistas.
A Bolsonaro resta se preparar para ser um líder na oposição pelos próximos quatro anos, tendo como aliado o mensaleiro Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, o seu partido.
Só que o presidente Jair Bolsonaro também terá de se preparar para enfrentar problemas na Justiça. Com a perda do foro privilegiado de Presidente da República, há vários processos a enfrentar no Judiciário. Não só ele, como também toda a família. E tudo começa com a quebra dos vários sigilos de 100 anos decretado pelo atual Governo Federal.