TSE rejeita propostas de militares sobre processo eleitoral, apesar de pressão de Jair Bolsonaro
O Ministério da Defesa vem sendo utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro para interferir no processo eleitoral, com questionamentos sobre a urna eletrônica e procedimentos relacionados à fiscalização e apuração dos votos. Mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já tratou de rejeitar mudanças propostas pelas Forças Armadas no sistema eleitoral para o pleito de 2022. O presidente do TSE, ministro Edson Fachin, reafirma que o pleito deste ano terá total segurança, a exemplo de eleições anteriores. “A Justiça Eleitoral tem historicamente assegurado a realização de eleições íntegras em nosso País”.
O presidente Jair Bolsonaro está em plena ofensiva contra o TSE, fazendo críticas públicas ao sistema eleitoral. O ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, tem reforçado questionamentos sobre o sistema eleitoral. A conduta do militar está sendo criticada por parte dos integrantes do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF). As Forças Armadas têm criado uma tensão com o Judiciário por causa do alinhamento às teses conspiratórias do presidente da República.
O presidente do TSE, Edson Fachin, convocou uma nova reunião com membros da Comissão de Transparência Eleitoral para o próximo dia 20 de junho. O encontro terá a presença de membros do Observatório de Transparência Eleitoral, colegiado com cerca de 40 instituições que atuam na área, algumas, inclusive, como fiscalizadoras das eleições.
Segundo inquérito da própria Polícia Federal, o uso das instituições públicas por Bolsonaro para buscar informações contra as urnas eletrônicas vem desde 2019 e envolve o general Luiz Eduardo Ramos e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), atrelada ao Gabinete de Segurança Institucional chefiado pelo também general Augusto Heleno.